quinta-feira, 10 de novembro de 2011

(Pag)ode à nova classe

Éder Menegassi

A velocidade das escadas rolantes estão aquém da nossa pressa.
Mendigos querem, exigem, pizza e churros. Portuguesa e doce leite.

Transformaremos nossa quebrada em bairro nobre nem que pra isso devamos ter aqui uma, uma... uma locadora! Só com clássico. É, superomi, batima, voverine. Só os loko, só os frenético. Aí é vida!
A gente ezige, porra! Uma biblioteca com vários cd de fank, que é pra gente treinar interpretação de texto.

Tú vem com a borracha
que eu abro o meu  caderno
cdf, vem com tudo
faz verão no meu inverno

Molha o dedo na língua
e vai virando a folha
Vê se me rabisca toda
antes que o lápis encolha

Interpretação do que? Céloko. Sou mais umas oficina pra nóis tuná as nave. Aí é vida! É disso que eu tô falando!

Ixi ó, suave. Arrumei um trampo novo. Firma de marketing. O que vai funcionar lá. Eu mesmo trampo na obra.
Segunda à sexta, suave. Fim de semana é só no rolê. As novinha tudo querendo, mulekote.
Aí é vida! É disso que eu tô falando!

Os pais preocupados resolvem agir. Faixa esticada na rua principal: Aviso aos filhos: Disparos à noite, esgoto à céu aberto, biblioteca sem livros.
Nada alude à prosperidade do nosso futuro. Consumamos.

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