terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Na humildade

Eu faço isso sempre sem livre arbítrio
não é por escolha
é como a gravidez
uma hora o filho sai

Eu faço isso
por amar em excesso
por gostar de quem faz verso
e tarda em se conhecer
por ser
um poço sem fim

eu faço isso
enfim
não é por me sentir capaz
Refaço
mesmo sabendo que
não tem como refazer
o mesmo neném

to tentando fazer isso
pra ver se entre cem
uma é capaz de explodir com a força
que tem

essa força cega tateante
desorganizada que não sabe pra
onde vai
pq a força e o amor de uma
mulher sempre começa pelo carinho de pai

De dentro pra fora já
Não flui nada mais
Leiloei minha sanidade
quem pode me ajudar mais?

quem já não se viu neurótico
pegando migalha?
esquecendo de si?

quem não se viu assim, amigo
ainda nao viu nada
ou então é  peça rasa
não é poço é poça
é poça d’água

Que não mata a sede
da mendiga que sou
porque eu não tenho vaidade
mas tenho sede de soul
de alma
e de flow

eu faço isso
pra sustentar o meu desejo
porque arte não da sustento
mas preciso dizer o que sinto
o que penso
o que vejo

eu faço isso
pra controlar minha loucura
pois me chamam  neurose
mas eu tô sóbria  tô lucida
e esperta

e não é preciso ser médium nem louca
pra saber que sua lei é inversa
e esperar pelos seus erros desperta

E na Madrugada insônia
Acabo com isso
Ensopada de chuvas de dores
Rendida sentida
Pois agora oque me resta ...pinga...

Nadja Estevez